Procuradoria da Mulher leva oficina Entre Pedras e Balões para colaboradoras de hospital e maternidade

Foto: Ronaldo Mazza

Ação abordou assédio moral e sexual, saúde mental e acolhimento no ambiente de trabalho

A Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) levou, nesta quinta-feira (30), a oficina Entre Pedras e Balões ao Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá. A atividade reuniu cerca de 100 colaboradoras da unidade hospitalar que conta com 512 funcionários, sendo 95% de mulheres e tratou de temas como assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, saúde mental e acolhimento, além de reforçar a importância da campanha Outubro Rosa.

A iniciativa, que já passou por 13 gabinetes e secretarias da ALMT, faz parte das ações preventivas desenvolvidas pela Procuradoria Especial da Mulher para promover a conscientização e o enfrentamento à violência contra a mulher. A oficina é ministrada pela consultora da Procuradoria e professora da Escola do Legislativo Daniella Paula de Oliveira, que destacou a importância de reconhecer comportamentos inadequados no trabalho e romper o silêncio diante de situações de constrangimento.

“Tem mulheres que não têm essa facilidade para falar não. Às vezes, o assédio vem disfarçado de elogio ou de brincadeira, mas causa desconforto e fere a dignidade. Precisamos aprender a identificar e a reagir”, alertou Daniella.

Segundo ela, o projeto Entre Pedras e Balões desperta o interesse de instituições públicas e privadas por alertar colaboradores e servidores.

“Fomos provocados pelo Hospital Femina para estar aqui e, pela primeira vez, a Procuradoria se deslocou para uma instituição externa. Já temos uma agenda extensa de outros locais que querem participar. Nosso foco é atuar na causa da violência, com ações de prevenção e conscientização sobre uma comunicação eficaz e humanizada”, explicou.

Daniella ressaltou ainda que a omissão diante de situações de assédio contribui para perpetuar a violência.

“Quando a gente presencia um caso de assédio e não faz nada, de certa forma estamos apertando o gatilho do feminicídio. Esse trabalho é de conscientização, de prevenção, para que não cheguemos à violência extrema”, completou.

Dinâmica – Durante a oficina, as participantes vivenciaram uma dinâmica simbólica com o uso de barbantes e balões, conduzida pela consultora da Procuradoria Quézia Limoeiro, do gabinete da deputada Janaina Riva. As participantes foram convidadas a expressar seus sentimentos escrevendo palavras de impactos e estourar os balões.

“O corpo é o último a gritar quando o emocional já está sobrecarregado. Essa dinâmica simboliza o poder de seguir em frente, de acolher e reconhecer o sofrimento do outro. Hoje trabalhamos o poder do acolhimento na saúde, o reconhecimento da dor e a importância de romper o ciclo da violência. As pessoas que participaram na Assembleia começaram a relatar a diferença que a oficina fez no ambiente de trabalho. Agora, instituições públicas e privadas estão solicitando o projeto”, explicou Quézia.

O coordenador de Recursos Humanos da unidade hospitalar, Nilton Siqueira Leite, destacou a relevância da ação para o bem-estar das colaboradoras e agradeceu o apoio da Assembleia Legislativa e da deputada Janaina Riva.

“Nosso público é formado por cerca de 95% de mulheres. Uma das grandes missões do Femina é o atendimento humanizado — e isso vale também para as nossas colaboradoras. Hoje, o nosso auditório ficou pequeno para tanta procura. Agradeço à deputada Janaina e à equipe da Procuradoria da Mulher por essa atenção excepcional. Esse trabalho é muito gratificante e tem um impacto enorme na vida das mulheres, especialmente num estado que ainda enfrenta índices altos de violência de gênero”, destacou o coordenador, ao acrescentar que o hospital mantém canal de denúncias e Ouvidoria para acolher demandas psicológicas e jurídicas das funcionárias.

A enfermeira Juliana Martins, que atua há dois anos no centro cirúrgico do Femina, elogiou a iniciativa.

“Achei de grande importância, porque aprendemos a diferenciar o assédio moral do sexual e a identificar os canais corretos para buscar ajuda. Muitas vezes, a pessoa não fala, mas a gente percebe que não está bem pela postura, pelo olhar. A palestra despertou a confiança para reconhecer e denunciar comportamentos abusivos, porque às vezes você está sendo assediada e acha que é uma situação normal. Hoje entendemos que é preciso falar, dizer ‘não gostei dessa postura’ e, se necessário, fazer uma denúncia. Todas saímos daqui com a mente mais aberta”, concluiu Juliana.

Procuradoria Especial – De acordo com a gestora da Primeira-Secretaria, Rosimeire Felfili, a Procuradoria Especial da Mulher da ALMT atua como mediadora e ouvinte em casos de assédio e mantém canais de contato abertos para instituições interessadas em levar a oficina Entre Pedras e Balões aos seus colaboradores.

Contato: (65) 3313-6802 / 98134-1655

 

Fonte:
Secretaria de Comunicação Social
www.al.mt.gov.br

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