Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Secom-MT
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a 27 anos e 3 meses de prisão, nesta quinta-feira (11). Para o governador, o julgamento de Bolsonaro foi meramente político e ‘marca negativamente a história do país’. Ele também voltou a defender a aprovação de uma anistia ampla para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Em entrevista à imprensa, Mauro disse enxergar a condenação como um julgamento político diante da disputa ideológica entre a direita e a esquerda. Segundo ele, nenhum brasileiro ‘enxergou a tentativa de golpe de estado’ por meio do plano orquestrado por aliados de Bolsonaro, com ciência do ex-presidente, conforme relatório da Procuradoria Geral da República (PGR).
“Momento triste da história do país. Isso continua a polarização, continua essa briga ideológica. Eu não conheço os detalhes do processo, eu não vou aqui desrespeitar o Supremo Tribunal Federal, mas eu, como brasileiro, eu não vi nenhum golpe. Eu não vi nenhum tiro, eu não vi nenhum tanque na rua. Pensar em fazer algo nunca foi crime nesse país. Talvez se pensaram, talvez se imaginaram, mas não fez”, afirmou Mendes, nesta sexta-feira (12).
Lamentando o julgamento, Mauro disse que, enquanto assuntos são polarizados, discussões primárias do país são escanteadas.
“Eu vi que aquilo foi mais um julgamento político. É mais um capítulo que continua dividindo o Brasil. Enquanto isso, a dívida pública cresce, o juro sufoca a economia, a Previdência continua tendo déficits históricos, e isso não se discute no país. Eu lamento profundamente esse capítulo da nossa história”, declarou.
O governador reforçou sua posição em favor da anistia aos condenados pelo ato antidemocrático de 8 de janeiro e também ao ex-presidente. Na visão de Mauro, o tratamento dado aos manifestantes do 8 de janeiro é desproporcional.
“Eu reforço a minha convicção pela anistia, porque já foi feita anistia várias vezes nesse país. Pessoas que torturaram, pessoas que cometeram grandes crimes, e eu não vi, nenhum brasileiro viu o presidente Bolsonaro cometer nenhum tipo de crime. As pessoas do 8 de janeiro, por exemplo, fizeram algo errado? Fizeram sim. Mas já vi muitas vezes o MST invadir o Congresso Nacional, quebrar, depredar prédios públicos no Brasil inteiro, e eu nunca vi ninguém preso, condenado a 14, 17 anos. É isso que precisa mudar”, defendeu.
“Por isso que eu defendo a anistia, e a melhor possível, aquela que pacifique o Brasil, que traga o país para o rumo novamente e deixe de valorizar essas polarizações que não colocam comida na mesa nem ajudam a resolver os grandes problemas do país. Lula se dizia injustiçado. Muitos reclamaram durante muitos anos, e ele foi anistiado pelo Supremo. Bolsonaro também acho que é um injustiçado, e ele precisa ter o mesmo tratamento, ser anistiado pelo Congresso Nacional”, completou.