Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução
O promotor de Justiça do Ministério Público (MPMT), Joelson de Campos Maciel, requereu a designação de audiência de justificação de Larissa Karolina Silva Moreira, acusada de adotar gatos para matá-los, diante da ausência de comprovação de cumprimento das medidas cautelares impostas após a revogação de sua prisão preventiva. Ele alega, ainda, que a jovem estaria ameaçando o ex-namorado, os pais do rapaz, e inclusive protetores de animais que a denunciaram.
Segundo o MP, Larissa não tem comprovado o cumprimento das obrigações quanto à declaração de endereço e o comparecimento quinzenal em juízo para informar e justificar suas atividades. Essas e outras medidas foram impostas como condição de liberdade da jovem, como não se ausentar do distrito da culpa por mais de 7 dias sem prévia comunicação ao juízo, recolher-se em residência no período noturno, finais de semana e dias de folga, não se envolver em outro fato criminalmente ilícito e ainda o monitoramento eletrônico.
Contudo, é relatado, por meio de boletins de ocorrência juntado nos autos, que Larissa tem perseguido e ameaçado aqueles que de alguma forma contribuíram para sua prisão.
“Há indícios de que a beneficiária vem praticando ou instigando ameaças contra seu parceiro, os pais deste, e inclusive contra protetores de animais. Há relatos, inclusive, de que terceiros estariam agindo supostamente em seu nome, o que pode configurar tentativa de obstrução da justiça ou coação indireta”, cita o promotor.
Diante disso o MP requereu a designação de audiência de justificação, com a intimação de Larissa para se manifestar sobre os fatos narrados, a expedição de ofício à autoridade policial para que proceda à realização de diligências complementares, como a oitiva de vítimas e testemunhas mencionadas nos boletins de ocorrência e apuração da eventual comunicação entre ela e os autores das ameaças.
Foi solicitado ainda um relatório atualizado do seu monitoramento eletrônico, já que está sob uso de tornozeleira, e outras diligências pertinentes à elucidação dos fatos. O promotor ainda avalia que, “caso se confirme o descumprimento das medidas cautelares, requer-se a reavaliação da necessidade de prisão preventiva”.
O caso
Conforme noticiou o GD, no dia 13 de junho Larissa Karolina Silva Moreira e seu namorado foram presos, alvos de investigação da Delegacia de Meio Ambiente (Dema), por adotar animais em situação de vulnerabilidade para praticar maus tratos que resultam na morte deles. Três corpos foram encontrados em uma área de mata próximo à residência da jovem.
Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) feito a partir do cadáver de gato encontrado em saco plástico em terreno baldio próximo à residência de Larissa Karolina Silva Moreira, aponta para “indícios compatíveis de maus tratos”.
Segundo o documento, foram constatadas lesão extensa na cabeça do animal, lesão na região perianal com presença de orifício ou laceração sugestiva de possível trauma, e ainda, material plástico amarrado ao redor do pescoço do animal, indicativo de asfixia.
Um dia antes da ação policial, o namorado da jovem prestou depoimento na delegacia e teria confessado adotar os animais a pedido de Larissa. No entanto, alega que não participou dos maus tratos e foi solto por falta de evidências.
No dia 23 de junho os dois foram indiciados por maus-tratos qualificados a animais domésticos com resultado morte. Durante as investigações, a equipe da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema) ouviu 11 testemunhas, levantou relatórios investigativos e imagens, que comprovaram a atuação da investigada no crime.
Uma das imagens de câmera de segurança coletadas mostra o momento em que a investigada sai de sua casa com uma sacola nas mãos, que continha um dos gatos mortos.