Um mês após feminicídio, filha detalha dias de dor e saudade na tentativa de retomar rotina

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

Caroline Fernandes, filha mais velha da terapeuta capilar Gleici Keli Geraldo de Souza, 42, assassinada pelo marido, o engenheiro agrônomo Daniel Frasson, 36, utilizou sua rede social em uma “carta aberta” à mãe falecida. Em seu perfil, a jovem comentou sobre um mês desde a morte da mãe, atacada com a golpes de faca pelo esposo enquanto dormia. A filha de 7 anos também atingida, na residência da família em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá).

A menina teve vários ferimentos pelo corpo e recebeu alta médica somente na semana passada, após internação em hospital particular de Cuiabá.

Na postagem, a jovem conta à mãe sobre os dias desde que ela partiu. Caroline descreve que tenta retomar a rotina sem se sentir culpada pelos poucos momentos de alegria em meio a dor da perda tão recente.

“30 dias sem você. Foi um mês difícil. Não por ter enfrentado tudo, mas por ter feito isso sem você comigo. E não por falta da sua ajuda, mas pela saudade de você, dói mais a cada dia. São dias e dias. Alguns mais tranquilos, outros praticamente impossíveis. Voltei a usar maquiagem, roupas coloridas, rir, fazer piada, sair um pouco, aprendi até a beber Aperol em sua homenagem e brindei à sua vida. Tenho tentado não me sentir culpada depois de fazer cada coisa por estar me permitindo viver, depois de uma piada ou uma risada sincera”, escreveu.

Na publicação, ela ainda revelou que a irmã pequena ainda não sabe que a mãe morreu. No texto não fica claro se em algum momento a família pretende contar à caçula as circunstâncias da morte da mãe, no entanto, sinaliza que vai transmitir à criança as boas lembranças de Gleici em vida para que ela se lembre de como a mãe era.

“M. voltou a sorrir. Ainda não sabe bem sobre você. Estamos indo com calma. No tempo dela. Sei que não tem sido fácil para ela também. Ela vai saber, vai te conhecer do jeito que eu conheci, vai ouvir histórias sobre você, rir das coisas que você fez, vai saber ainda mais o quão incrível você foi. Lamento muito por não termos mais tempo juntas, mas sua vida será lembrada e celebrada por tudo o que você foi. Nós vamos ficar bem. Te amamos para sempre”.

Familiares e amigos também publicaram fotos e vídeos com Gleici lamentando sua morte e lembrando bons momentos em vida.

O caso

O engenheiro agrônomo Daniel Bennemann Frasson, 36, matou a esposa Gleici Keli Geraldo de Souza, 42, enquanto ela dormia. Em seguida, atacou a filha, de 7 anos. Ele foi encontrado no chão da casa, com sangramento na altura do coração, em tentativa de suicídio.

A filha do casal foi socorrida por amigos da família, que foram avisados do crime e precisaram arrombar a porta da casa para resgatar a menina. A pequena foi atingida por 7 facadas. Ela foi transferida para uma unidade hospitalar em Cuiabá e passou dias na UTI e já teve alta.

Daniel passou por um procedimento cirúrgico e deve responder pelo feminicídio e pela tentativa contra a criança.